Sunday, February 24, 2008

Destino - Tóquio: Parte 1


Oi fanáticos pela Si! Estou aqui alapada no tapete a beber SunQuick que a chique comprou e lasanha que a chique roubou. Brincava, claro. Mas estou, sim, a comer. Avançando... Bem, devem estar curiosos, devido ao nome do post, certo?! Hihi. Calma, conto-vos tudo. Mas, antes disso, tenho de começar este relato contando-vos como foi o meu dia de Carnaval.

Bem, estava eu sentada no sofá, a ler "Nem as mulheres são tão complicadas nem os homens são tão simples" quando, de repente, me lembro que o dia de Carnaval se aproximava. Dirigi-me à cozinha, onde a chique lia uma revista qualquer de design de interiores, e perguntei-lhe se sabia de alguma festa. A Bázita imediatamente me deu um envelope, deixando no ar um suspense que, caso fosse lésbica, talvez me seduzisse. Abri-o e vi que era um convite para a festa que a outra chique, a Fafa, iria dar em sua casa, dali a 2 dias. Lembrei-me então que não tinha máscara, e vim para o computador falar um pouco com a Mamatriz, que me dizia que se ia vestir de diaba para o namorado, enquanto pensava no que vestir. O Carnaval lá chegou, e nesse dia só me apetecia ser uma coisa... mulata.

Parece-vos estranho? A mim também. Mas a verdade é que, por influências musicais (adormecera, na noite anterior, a ouvir Rihanna), acordei naquela manhã a querer ter a pele de cor o mais escura possível. Matutei, enquanto fazia a depilação, no assunto... e eis que encontro uma solução. Vesti-me rapidamente e, meia-hora depois, estava à porta da casa da Fafa. Toquei, toquei... toquei... mas ela não vinha.
- Arre! - gritei, e atirei uma pedra à janela do quarto dela... por descuido meu, nao reparei que era tão grande, e ouviu-se o estrondo do vidro a partir.
"Hihihi, espero que não me bata", pensei, e vi-a vir à janela. Pareceu-me furiosa, assim de repente.
- Olha foste tu?!!!! - berrou ela.
- Vê aqui mais alguém? - retorqui. - Dah!

Ela desapareceu momentaneamente da janela e eu fiquei curiosa em relação ao motivo da demora em vir novamente falar comigo. Apareceu então à porta, com um relógio na mão, detalhe que me intrigou.
- Estás a ver as horas?! - perguntou, quase me enfiando o relógio pelo olho a dentro. - Uma chique como eu precisa do seu sono de beleza. São 7 da manhã, que fazes tu aqui? Ainda por cima, tenho uma festa para logo...!
- Estava com insónias - respondi. - Mas aceito um café, claro.
Tentei entrar, auto-convidando-me, como repararam, mas ela barrou-me a passagem.
- Ok... ok... pronto, é sobre a festa que lhe venho falar.... - ela olhou-me, impaciente, e senti necessidade de ir directa ao assunto. - Será que me podia fazer quatro taças de mousse, para o meio-dia? - perguntei.
- Rua daqui, já. Tenho mais que fazer! -gritou. Mas depois voltou. - Liga à Fifi, penso que ela fez ontem à noite. Ou melhor... não ligues. - olhou-me, provocadora. Tentava seduzir-me? - Ela não te dava...
- Então?!
- Haverás de chegar lá - e piscou-me o olho. - Quanto ao vidro... não penses que te escapas. - disse, e fechou a porta.
Estava, oficialmente, num dilema. Como iria eu conseguir arranjar vestido/forma de ir de mulata? Olhei em volta e vi um cão a defecar no jardim de uma das casas... e aí tive uma ideia: ir à casa da Fifi, à socapa, e roubar-lhe um pouco de mousse. Decerto que ela não daria conta.

E fui. Da casa da Fafa até à dela eram, a pé, uns 10 minutos, pelo que rapidamente cheguei lá. Quando ia atravessar o portão, vi-a sair de casa... que ia fazer ela, tão cedo?! Abordei-a, cumprimentando-a. Ela cumprimentou-me novamente com um sorriso e rematei:
- Fifi... você tem a pele tão escura! Fascina-me, até. Só queria era saber como consegue...!
- É natural...
- Ai não me diga que é escurumba!
- Perdoa-me...?!
- Sabe, africana e tal...
- O meu bisavô era, sim.
Fiquei mais vermelha do que uma salsicha, claro, de me rir. Foi então que lhe fui sincera:
- Olhe... eu queria ir de preta, hoje, lá pró Carnaval... pode ajudar-me?
- Não vejo como!
- Que tal se me desse uma daquelas mousses que fez ontem...?
- Ah... pode ser, então.
Ela deu-me as mousses, delicada, e consegui que ela me desse boleia até à casa da Bázita. Uma vez lá, enfiei-me na casa-de-banho, de onde só saí ao final da tarde, para atender o telemóvel, já totalmente coberta de mousse que entretanto tinha secado completamente com a ajuda do secador. Era o Rui.
- Oi amor...
- Sílvia... olá...
- Sempre me vens buscar, hoje?
- Pois... olha, não vai dar. Houve um acidente entre um carro e uma camioneta, há minutos, e estamos à espera dos feridos, que vão chegar daqui a pouco. Desculpa, Sílvia.
- Okay... mas vemo-nos amanhã, ou assim?
- Claro. Desculpa. Amo-te.

Enfim, ele nunca pode. Já reparam? Fiquei triste, um pouco, claro, mas logo me animei e fui para casa da outra chique. Lá, senti-me bastante sozinha, visto que elas, a certa altura, já não estavam lá na sala principal... e eu não conhecia ninguém por ali. Peguei num copo, noutro, e noutro. Depois, subi para uma mesa e estava já a sentir-me tonta ao mesmo tempo que dançava. Conseguia ouvir comentários como "olha-me aquela preta!", e senti-me bem por isso. Foi então que olhei para o lado e vi o Veterinário, vestido de lobo. Sorri, tentando ser sensual...
- Já bebeste de mais, não, Sílvia?
- Um pouco!
Com a ajuda dele, desci para o seu lado e fomos então até à entrada da casa. Tentava engatar-me? Reconhecera-me, contudo, ele, e isso chateou-me um bocado.
- Então... o teu namorado?
- Está a trabalhar...
- Que faz ele?
- É médico...
- Oh! Sei como é, então.
- Não sabes...
- Deve ser cansativo para ti.
- Às vezes...
Sorri, enquanto apreciava a companhia. Nesse momento, as chiques passaram, e tive que me afastar... mas logo continuámos a conversa... Fiquei a saber que se chama... Leonel? Ou Leonardo? Não me lembro direito, é verdade, mas não interessa muito, também, que gosta de animais - dah, é veterinário - e que, de momento, estava solteiro. Nessa noite, quando me levou a casa, tentou ficar com o meu número... e conseguiu, claro.
- Liga-me, depois!
- Claro - respondeu.

No dia seguinte, quando acordei, eram já 4 da tarde. Arrastei-me para fora da cama e vi a chique a fazer jardinagem.
- Bom-dia...
- Tens correio, Sílvia! Procura em cima da mesa, na cozinha.
Curiosa, fui até à cozinha e lá descobri uma carta escrita em caracteres estranhos... mas a coisa ficou ainda mais estranha quando vi de onde vinha: Japão.

Abri-a, admirada, e logo descobri uma página totalmente escrita e sobre a qual eu nada percebi. Liguei à Sónia, perguntando-lhe se tinha sido uma brincadeira dela, e, uma vez que ela me garantiu que não, pedi-lhe ajuda.
- Olha, ó burra... e se viesses cá ao Porto e mostrasses ao teu tio? Ele é japa, vai perceber, acho.
- Sim, boa! Não sei como não pensei nisso antes!
- De quem é, já agora?
- Ai...
- Que foi?
Era a primeira vez que eu olhara para o nome do remetente.
- É da minha mãe - respondi.

No dia seguinte, seguindo a sugestão da Sónia, fui de autocarro até ao Porto. Quando lá cheguei, saudades inundaram o meu coração... como estava tão semelhante, aquela cidadezeca, e ao mesmo tempo tão diferente! Olhei para o lado e reparei num homem, idoso, que cuspia para o vidro. Que visão...! Ele olhou para mim e sorriu. Virei logo a cara, assustada.
Assim que saí do autocarro, vi a Sónia. Corri para ela e abraçamo-nos.
- Estás mais gorda ou é de mim?! - foi desta forma que me cumprimentou, rindo-se.
- É de ti!
Depois de uma conversa breve sobre pesos, balanças e comida, apanhámos um táxi rumo à casa do meu tio. Durante a viagem, ela pediu-me que lhe mostrasse a carta e, assim que a viu, riu-se.
- Vamos mesmo precisar da ajuda do teu tio!
Chegámos por fim à casa do meu tio e, depois de conseguirmos um pequeno desconto do taxista por lhe revelarmos a cor da roupa interior que usávamos - mentimos, claro -, lá entrámos. Ele veio à porta e, tentando ser charmoso, logo nos convidou a entrar.
- Então, o que vos traz aqui? - perguntou ele, minutos depois, escondendo debaixo do sofá umas revistas menos decentes que lá tinha.
Mostrei-lhe a carta.
- Precisávamos de uma tradução...
- Por favor - ajudou a Sónia.
- Claro, faço tudo pelas minhas meninas! - e começou a ler.

Não me lembro de toda a tradução e inventaria se a tentasse reproduzir aqui, pelo que vou apenas dizer o mais importante: aparentemente, "aquela" lembrou-se que, há 21 anos, deixou uma filha no mundo, e queria agora estabelecer contacto comigo, pedindo-me que a visitasse o mais brevemente possível na morada assinalada. Reparem... ela queria que eu a visitasse! Eu. Enfim, claro que fiquei um pouco constrangida mas, depois de passar algumas horas a falar com o meu tio e a Sónia, fiquei um pouco reticente... se calhar a minha mãe valia o esforço. Se calhar!
Nessa noite, decidi ir visitar o Rui ao hospital. Apanhei novamente um táxi e fui até lá. Sentei-me num banco, esperando vê-lo... e foi então que o vi. Deviam ver, meus friends, a cara dele! Impagável!
- Sílvia? - perguntou, animado.
- Eu mesma!

Levou-me para o seu apartamento, onde jantámos à luz das velas. Contei-lhe o que se tinha passado e ele ficou bastante curioso.
- Que vais fazer?
- Ainda não sei...
- Quando souberes...
- Digo-te, claro.
Depois, fomos para o quarto... e, enfim, essa parte não vos interessa, estou certa!

Dois dias depois, voltei para Cascais, já decidida: eu iria visitar a minha mãe. Só não sabia era como arranjaria dinheiro para a viagem! A Sónia dissera-me:
- Se quiseres... eu vou contigo.
Mas não, acham? Já ia ser difícil arranjar dinheiro para uma, quanto mais para as duas... Enfim. Nessa tarde, estava eu a sair do banho, nua pelo corredor, quando me deparo com o marido da chique! Envergonhada, tentei tapar-me, e ele fugiu para o seu quarto com o cofre na mão. Foi então que eu tive uma ideia: roubaria o dinheiro à chique para a viagem!

Passei a tarde toda a organizar um jantar romântico para ela e para o marido, de forma a que os mantivesse distraídos o tempo suficiente para eu descobrir o cofre lá no quarto e tirar de lá o dinheiro. Quando os dois chegaram, à noite, eu estava já na cozinha a acabar os últimos detalhes.
- Venham cá! - gritei.
Ficaram muito admirados quando viram a mesa que eu preparei ali. Adorei, claro, a reacção, e logo lhes disse:
- Vá, sentem-se!
- Já jantámos... - disse ela.
Ora com esta é que eu não contava! Perdi ali horas da minha vidinha, para agora aquilo?
- Ah, mas não interessa! Têm de provar esta receita! Vá... sentem-se e deliciem-se! Estarei lá em cima e não vos quero ver fora desta divisão até daqui a uma hora... pelo menos! - despedi-me e pisguei-me rapidamente para o andar de cima.
Tinha pouco tempo para encontrar o dito cofre. Asiaticamente, comecei a pensar onde estaria escondido, mas logo me vi a revirar tudo o que era gaveta ou móvel. No fim, quando o encontrei, debaixo da cama, tive a sorte de já ter encontrado a chave, entre as cuecas do marido da chique. Abri-o, lentamente, e de lá retirei 1000 euros. Foi então que ouvi a porta atrás de mim fechar-se, bruscamente, e logo me assustei...
- Sílvia, que estás a fazer? - era a chique.
- Eu... eu... - comecei. Mas não havia desculpa que pudesse dar!
- Senta-te aqui ao meu lado - pediu ela, sentando-se na cama. Obedeci, pois temia o que me poderia acontecer.
- Olha... eu sei da carta - começou ela. - Eu li-a. Sim, sei que é rude e un-chique, mas não resisti...
- Ou? E compreendeu?
- Mas é claro. Eu passei uma temporada da minha vida em Tóquio, quando era mais nova. Na verdade, foi lá que conheci o Henrique...
- Ah, não pode!
- Pode, sim... mas voltando à carta... podias ter pedido, Sílvia. Bastava vires ter comigo e explicares-me a situação. Não precisavas de roubar.
Comecei a chorar - graças a Buda que tive aulas de teatro! - e pedi desculpa. Ela logo me disse:
- Podes ficar com o dinheiro, mas para a próxima já sabes... por favor, só te peço honestidade. Vá, amanhã vou contigo comprar o bilhete.

Assim que a consegui despachar, fui para o meu quarto e liguei à Sónia, que me chateou com perguntas como "Em que dia vais?" "A que horas?". Enfim, lá respondi, vendo o site da TAP, e fui dormir. Quatro dias depois, estava eu a sair de casa com a chique, pronta para ir apanhar o avião para Tóquio quando, ao sair... vejo Sónia.
- Que fazes aqui?! - ladrei.
- Olha, pensavas que ias sem mim? Não, não... Querias! Vou contigo... vamos as duas arrasar Tóquio, 'miga! - gritou, mais galdéria do que nunca.

Lá fomos para Lisboa, até ao aeroporto. Depois que a chique da Bázita nos deixou lá, foi-se embora e nós dirigimo-nos até ao café para comprar alguma coisa para beber antes de levantarmos voo. Depois de comprarmos Coca-Cola's, sentámo-nos num banco a conversar... e foi então que ouvi uma voz feminina, atrás de mim, que me era familiar. Voltei-me e vi quem era...
- Cátia?! Que fazes por aqui? - indaguei, fingindo um sorriso amarelo, claro. A Sónia virou a cara, não sei porquê, e ignorou-a.
- Sílvia...! Bem, vou apanhar um voo para o Brasil, para umas mini-férias de repouso e descanso em Minas Gerais. E vós? Oi Sónia! - disse, chamando a atenção dela.
- Ah, nós vamos ao Japão. Passar uns dias lá e tal... vais sozinha? - perguntei, rindo-me por dentro.
- Claro que não! - gritou, quase. - Vou com o meu namorado.
- Ah sim? - tive de me esforçar para conter o riso. - E onde está ele?
- Estás a ver aquele ali à beira da máquina dos sumos? -apontou, e tanto eu como Sónia olhámos.
Era o filho da Bázita que ali estava, a bater na máquina, tentando tirar de lá um Ice-Tea. Mas não podia... aquele, a namorar com a Cátia? Que falta de gosto! Antes que eu ou a Sónia pudéssemos dizer alguma coisa, ele aproximou-se até nós e a Cátia logo colocou o braço dele à volta do seu pescoço. Ele, como pude ver, estranhou o gesto... estranho!
- Olá, Sónia...! Então, não tinhas dito que não podias vir? - estava confusa. De que falavam?!
- Disse... e não vou. Vou acompanhar a Sílvia ao Japão, vamos visitar a mãe dela...
- Ah...! - parecia desanimado.
A Sónia nada mais disse, e eu pude compreender porquê. Mas logo perguntei:
- Então... já namoram há muito?
A Cátia ficou pior que sei lá o quê. Ele olhou-me, confuso.
- Quem...? - ele tirou o braço de cima da Cátia.
- Ai...! A Cátia acabava agora de nos contar que ia com o namorado até Minas Gerais...!
- Sim... pois dizia. - ajudou-me a Sónia.
- Não! Nada disso! - desmentiu a Cátia. - Eu apenas dizia que ia a Minas Gerais! Vou eu, o Tomás, e uns colegas nossos lá da turma... é para um trabalho de arquitectura, vamos ver uns edifícios! Devem ter ouvido mal!
- É, devemos... - disse a Sónia, irónica.
Logo uma voz nos chamou para apanharmos o avião, e pude entender que nem a Sónia nem o Tomás apreciaram muito isso.
- Gostei de te ver...
- E eu a ti. - respondeu ela, com dor na voz. Romance?!
Lá fomos para o avião. A Cátia, essa não podia estar mais feliz de nos ver a ir embora! Lá, rimo-nos da Cátia, que, enciumada... tentava vingar-se da Sónia, aparentemente.
Tínhamos até dó dela... vocês não?
Ai... andar de avião... tão estranho! E assustador, também! Mas gostei. Depois de muitas horas ali, a criar raízes nos bancos, lá chegámos a Tóquio.
- Party! Party!!! - gritou a Sónia, saindo do avião. Pensaria ainda em sair naquela noite? Enfim, não interessava... tínhamos chegado!

Friday, February 15, 2008

Não desesperem!!!


Sim, eu sei, eu estou a ser uma chinoca-feia ao não postar. Mas a verdade é que... tem acontecido muita coisa!! Sim, não se preocupem: eu, Sílvia, passei para o 3º ano de Medicina! Estudei com a ajuda do Rui e consegui passar. Mas enfim, muita coisa está a acontecer neste momento, coisas que vou tentar relatar o mais brevemente possível. Esperem pelos últimos posts desta 2a temporada (em que estive algo ausente, coisa que, espero, não acontecerá na 3a temporada). Beijos asiáticos como só eu consigo dar, adoro-vos!